quarta-feira, 7 de abril de 2010

TEKOA: - Modo de SER - Resgate da cultura Guarani em Paraty

A cestaria vem ressurgindo com força no estado do Rio de Janeiro, especialmente nas comunidades tradicionais, indígenas guarani, quilombolas e caiçaras, resultando num brotar de criatividade e inovação.
O concurso "Viejo Award", promovido em sua sétima edição, desta vez pelo recente Ponto de Cultura da Associação Artístico Cultural Nhandeva, em parceria com Secretaria de Turismo e Cultura de Paraty, Poeh Center do Novo México nos Estados Unidos, IPHAN em Paraty buscam contribuir no fortalecimento e registro dessa arte, manufaturada em materiais naturais como cipó, taquara, taboa e outras fibras. Reconhecendo assim especialmente os cesteiros, que sustentam com suas mãos o futuro da arte. A cestaria se fortalece com as histórias das tecelãs cesteiras e a riqueza de suas peças coloca em foco este mundo tão especial.
 

Aprendemos sobre seus problemas e triunfos, sobre o que significa ser uma cesteira no mundo de hoje, onde os objetos são feitos de plástico.
Aprendemos como fazem estas artistas para criar novos modelos de acordo com as demandas atuais, como as cestas que se transformam em lindas bolsas de passeio. Muitas são jovens, outras de média idade ou mais velinhas, como Dona Madalena do Quilombo do Campinho com quase 80 anos. Quase todas moram ainda na zona rural. Elas compartilham a tradição com alguns homens cesteiros, por exemplo Ismael do Campinho. As artesãs nos falam quem foram suas mestres e onde e para quem estão passando seus conhecimentos de tradição oral.

A maneira como nos vemos a nós mesmos e a maneira como as outras pessoas nos veem, é o primeiro passo para a consciência de si. A partir daí, nossa consciência se amplia e organiza a capacidade de criar novas formas de agir, de falar e de pensar, capazes de mudar a nós mesmos, os outros e ao entorno.

Na era da comunicação em massa, os guaranis enfrentam o problema da globalização, a falta de oportunidades dentro da economia global e ainda a necessidade de viver como seres da floresta, com seu tekoa (modo de ser), de plantar, de se relacionar com a auto imagem de ser humano moderno, capaz de se valer dos adiantos da modernidade: telefone, televisão, modas e produtos industrializados que estão à venda.

O trabalho da Associação Nhandeva em Paraty começou com a proposta de fortalecer as habilidades herdadas de seus ancestrais: tecer, cantar, compor músicas para Nhanderu (deus verdadeiro dos guaranis), dançar, criar arte.

Associação Artístico Cultural Nhandeva.


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