quinta-feira, 23 de setembro de 2010

MULHERES EM REDE

As fiandeiras -Diego Velasquez
UMA PROPOSTA PARA TECERMOS JUNTAS
O PRESENTE
E FUTURO DAS
MULHERES EM PARATY
O dia 17 de setembro foi formada a REDE FEMININA DE PARATY. - Projeto TRAMA FEMININA e o INSTITUTO COLIBRI -. um encontro para "tecer" juntas sonhos, projetos e construir respostas ou saídas para afrontar os desafios da mulher em Paraty. O evento realizado no Bairro da Mangueira- ITAE contou com a participação de mulheres de diversos bairros de Paraty, lideranças locais e mulheres dispostas a apoiar este processo de empoderamento da mulher na região.

A pauta do trabalho foi orientada com as perguntas:
-Que história queremos tecer?
-Quais são nossos desafios enquanto mulheres em Paraty?
-Que tipo derede queremos tecer?

Redes de solidariedade


NOSSO DESAFIO
Trabalho em grupos

-Valorizar e dar visibilidade à contribuição da mulher.
-Apoiar e fomentar o desenvolvimento integral da mulher.
-Propiciar fontes de renda.-Construir a união das mulheres.
-Fortalecer e estruturar a família.
-Enfrentar o envolvimento das mulheres nas drogas e prostituição.
-Ajudar a combater os problemas gerados pelo alcool e drogas em Paraty.
-Mudar "a cabeça" do homem tornando-o mais companheiro.
-Fortalecer A REDE para alcançar ações educativas,esportivas e culturais junto à sociedade e ao poder público.
Tecer nossa história
    












A Moça Tecelã
Por Marina Colasanti

"Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte".

Trabalhar juntas


Transformação

Caminhar juntas

Parceria e Cumplicidade
Integração






Maiores informações do projeto:
Colibri.instituto@gmail.com

adoalmo@gmail.com


terça-feira, 21 de setembro de 2010

MOMENTOS DE REFLEXÃO: ESCUTAR

MOMENTOS DE ESCUTA -  Mulheres na  Praça  - Colômbia -  Foto Luz Marina









 

Como solicitado estou anexando neste blog algúns dos textos usados nos nossos encontros.
Um abraço a todas


Textos de Reflexão: Encontros de Mulheres Empreendedoras

ESCUTATÓRIA
Rubem Alves


Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.

Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.

Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus.

Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo.

É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.....
(O amor que acende a lua, pág. 65.)

Fonte
http://www.caosmose.net/candido/unisinos/textos/escutatoria.htm#http://rubemalves.locaweb.com.br/hall/wwpct3/newfiles/escutatoria.php

domingo, 12 de setembro de 2010

DORA ABBY: EMPREENDER A VIDA

Dora Abby
 



Agradeço a Dora por me permitir compartilhar este depoimento cheio de força, fé e crescimento

EU E A ESCLEROSE MÚLTIPLA. 

 
“Eu era ainda moça, 32 anos quando foi diagnosticada a doença. Na época ninguém conhecia nada sobre a doença, e era encarada como um câncer. No inicio era muito difícil encontrar médicos que pudessem diagnosticar os sintomas que eu apresentava: dificuldade no equilíbrio para andar, dor de cabeça constante, visão dupla e formigamento nos braços entre outros.

Eu tinha um filho com 11 anos e duas meninas, uma com 9 e outra com 2 anos. Foi uma época muito difícil pois tudo doía muito e eu estava praticamente direto em casa. Anos depois recebi um encarte do meu filho que estava na Europa que dizia “ A esclerose múltipla é uma doença que atinge à própria pessoa e a todas as pessoas da família” Isto è verdade pelo menos durante um curto tempo, aos poucos você fica sozinho com ela.
 

Como não tem cura é uma doença com altos e baixos a vida toda. No decorrer do tempo a doença é você com você. E se você não tiver consciência, força e boa orientação, já era. Eu mergulhei em uma depressão total. A doença acontece em surtos de tempos em tempos, temos momentos ruins longos mais e bem assim que temos que viver.
Andar? enxergar? ver? companhia o tempo todo!!. Tem pessoas que conseguem se virar sozinhas mas de tempo em tempo entramos em crise. Obvio que temos apoio da família, mais a grande força tem que sair de você mesmo.

Hoje, após de diversas internações fui conhecer a Associação de Pacientes de Esclerose Múltipla do Estado do Rio de Janeiro, APEMERJ. Lá eu consegui perceber que meus problemas eram iguais aos das outras pessoas. Meu trabalho na APEMERJ me fez valorizar melhor minha vida e ter consciência da importância do apoio da família, do compartilhar, da solidariedade e ver que não sou a única pessoa que enfrenta esta doença.

Mesmo com a doença, hoje eu me sinto mais segura e pronta para procurar novos tratamentos. Meu corpo e meu espírito estão mais positivos. Meu cansaço é grande mas meu desejo de vencer é maior ainda”.

www.apemerj.org.br


O QUE É ESCLEROSE MÚLTIPLA?

"A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória que não tem cura e extremamente invasiva. Atinge as fibras nervosas responsáveis pela transmissão de comandos do cérebro a várias partes do corpo, provocando um descontrole interno generalizado. Muitas vezes o termo esclerosado é usado para as pessoas que perdem a memória ou apresentam outras confusões mentais quando vão envelhecendo. Não tem nada a ver! A esclerose múltipla não tem nenhuma relação com as limitações que surgem com o envelhecimento. Trata-se de um problema comum em adultos jovens, na faixa de 20 a 40 anos. O maior pico é por volta dos 30 anos. Raramente pessoas na terceira idade desenvolvem a doença.

A esclerose múltipla não é um processo degenerativo contagioso e, na maioria dos casos, não é fatal. Apesar de não ser herdada, atinge pessoas geneticamente predispostas a doença e se manifesta de diferentes modos. Atualmente, há cerca de 35 mil brasileiros que sofrem deste mal. E, em geral, as mulheres são as mais atingidas (na proporção de duas mulheres para um homem).

O diagnóstico não é simples e pode levar alguns anos para ser feito corretamente, pois os sintomas se assemelham, em alguns casos, com outros tipos de doenças do sistema nervoso (devido aos sintomas iniciais, muitas vezes o paciente nem procura orientação médica). Entre os principais sintomas da doença estão alteração no controle de urina e fezes, comprometimento da memória, depressão, dificuldades de movimentos, fala e deglutição, dores articulares, dormências, fadiga intensa, mudanças de humor, paralisia total ou parcial de uma parte do corpo, perda da visão em um ou ambos os olhos, queimações, sensações de formigamento. tremores e tonturas. Segundo o neurologista Dagoberto Callegaro, “estes sinais podem levar horas ou dias para aparecer. Em média, a doença inicia com um surto por ano ou um a cada dez meses. Chamamos de surto um novo sintoma neurológico que provoca uma alteração sensitiva ou motora”.
continua...
http://esclerosemultipla.wordpress.com/2006/02/24/o-que-e-esclerose-multipla/


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