Obra- Di Branco 2011 Feira de Ipanema |
Estou iniciando o 2012 compartilhando este texto enviado por Geise Assis desde a bela França. Se bem o texto descreve mudanças e conquistas importantes das mulheres jovens no mercado do trabalho, sua leitura me convida a comparar com a realidade de milhões de mulheres brasileiras e latinas.
No Brasil a mulher ganha cada dia novos espaços em pro da igualdade, temos uma “Presidenta”, cada vez mais mulheres em diversos cargos e até projetos de Lei que promovem o combate a diferença de remuneração entre homens e mulheres mais ainda estamos no processo de reivindicação e mudança. Olha lá a desigualdade reversa de gênero...
No Brasil a mulher ganha cada dia novos espaços em pro da igualdade, temos uma “Presidenta”, cada vez mais mulheres em diversos cargos e até projetos de Lei que promovem o combate a diferença de remuneração entre homens e mulheres mais ainda estamos no processo de reivindicação e mudança. Olha lá a desigualdade reversa de gênero...
Com maior participação no mercado, mulheres impulsionam desigualdade reversa de gênero
Herald Tribune -Luisita Lopez Torregrosa e George El Khouri Andolfato
À
medida que o ano chega ao fim, grande parte da conversa a respeito das
mulheres –ao menos nos Estados Unidos– passou da ponderação e das
desigualdades de gênero globais para a tendência das solteiras ganharem
mais do que os homens e a ascensão do arrimo de família do sexo
feminino.
Há
tantos pontos de vista e teorias, alguns movidos por pesquisas
independentes, outros pela experiência pessoal e ainda outros por uma
mistura de ambos, que às vezes temos um quadro confuso, sempre
provocador e ocasionalmente contraditório.
Para
começar, as mulheres jovens de hoje –e não apenas nos Estados Unidos–
estão rapidamente eliminando a desigualdade salarial, ou em alguns casos
já a eliminaram.
Elas
estão se casando cada vez mais tarde, ou nem mesmo se casando. Elas não
precisam mais de maridos para ter filhos, ou não querem filhos (40% dos
nascimentos nos Estados Unidos a cada ano atualmente envolvem mães
solteiras).
As
mulheres estão à frente dos homens em educação (no ano passado, 55% dos
formados nas faculdades americanas eram mulheres). E um estudo mostra
que na maioria das cidades americanas, mulheres solteiras, com menos de
30 anos, sem filhos, estão ganhando em média 8% mais dinheiro do que
seus pares do sexo masculino, com Atlanta e Miami à frente com 20%.
Apesar desse estudo envolvendo 2 mil comunidades ter sido realizado nos Estados Unidos, ele aponta para uma tendência global.
A
ascensão desse segmento de mulheres jovens de alta renda e o número
crescente de arrimos de família do sexo feminino estão transformando as
relações de gênero, alterando os padrões de relacionamento, casamento e
maternidade, criando um novo conflito entre os sexos, redefinindo o
termo "arrimo de família" e inspirando tratados sobre a equalização do
papel dos homens.
Isso está sendo chamado de desigualdade reversa de gênero.
Cada
vez mais, mesmo que ainda não a maioria, as mulheres trabalham fora
enquanto os maridos ou companheiros cuidam de uma parcela cada vez maior
da frente doméstica.
Essa
reversão de papéis, em desenvolvimento ao longo da última década,
ocorre com muita frequência com certo estigma. "Muitos casais estão
perfeitamente contentes e bem ajustados, mas enfrentam a oposição
estigmatizadora de amigos, parentes e até das tradições religiosas",
disse Liza Mundy, uma integrante da New America Foundation e autora de
um novo livro, "The Richer Sex: How the New Majority of Female
Breadwinners Is Transforming Sex, Love and Family" (ou, "o sexo mais
rico: com uma nova maioria de arrimos da família do sexo feminino está
transformando o sexo, o amor e a família", em tradução livre), com
lançamento previsto para março.
O
estigma, às vezes sutil, às vezes explícito, mina os relacionamentos
entre as mulheres de alta renda e os maridos e namorados que ganham
menos ou são "donos de casa", e está causando caos, disse Mundy.
Ela
conheceu mulheres de alta renda que, com medo de afugentarem os homens,
concebem estratégias para minimizar sua riqueza. Uma mulher leva notas
de baixo valor para pagar gorjetas, bebidas, estacionamento e outras
despesas de encontros, em vez de usar seu cartão de crédito de limite
elevado.
"Algumas
dessas mulheres aprenderam do modo difícil que quando vão a bares, é
melhor mentirem sobre o que fazem –dizendo que são maquiadoras ou
professoras de música, em vez de consultoras de software ou advogadas",
disse Mundy.
Diante
de um pool cada vez menor de homens à altura delas, algumas mulheres se
assentam e casam, mas outras pegam aviões para "excursões de namoro"
até cidades como Nova York, San Francisco e Boston, onde o mercado de
homens é mais promissor.
O
que resultará deste novo mundo? "Eu acho que as mulheres terão que
abandonar a mentalidade tradicional feminista de meio a meio, tudo
precisa ser igual", disse Mundy, "e aprender a valorizar os maridos e
companheiros que estão se tornando mais domesticados e que dão mais
apoio".
Uma
líder feminista, Siobhan (Sam) Bennett, presidente do não partidário
Fundo de Campanha das Mulheres, não vê conflitos para as mulheres de
alta renda no namoro, casamento e vida doméstica. Pelo contrário, ela
disse: "Eu vejo grande oportunidade para essas mulheres de alta renda
pedirem e conquistarem a flexibilidade que precisam para terem
casamentos e famílias –suas vidas provavelmente serão diferentes
daquelas que conhecemos– mas elas funcionarão para elas".
A escritora Kate Bolick, editora de cultura da revista "Veranda" de estilo de vida, vê um quadro mais sombrio.
"À
medida que as mulheres sobem cada vez mais alto, os homens estão
ficando para trás", ela disse em um artigo, "O que, me casar?", na
edição de novembro de "The Atlantic". "Nós chegamos ao topo da
escadaria, finalmente prontas para iniciar nossas vidas, apenas para
encontrar uma sala cavernosa em fim da festa, onde a maioria dos homens
já partiu, alguns nem mesmo vieram, e aqueles que permanecem estão
olhando torto ao lado da mesa de queijos ou são aqueles com os quais
você não quer sair."
A
situação não se restringe aos Estados Unidos. A tendência é global. Os
homens japoneses e sul-coreanos estão importando noivas de países
asiáticos mais pobres, com posturas tradicionais a respeito do
casamento. Na Espanha, disse Mundy, ela encontrou mulheres de alta renda
se casando com homens de países progressistas do Norte da Europa, como a
Suécia, enquanto os homens espanhóis procuram noivas imigrantes de
países mais convencionais de língua espanhola.
Por
acaso, eu conheci recentemente uma parisiense de 29 anos, Natacha
Richard, solteira e sem filhos, que veio para Nova York para trabalhar
no ramo de beleza porque, ela disse, as mulheres têm mais oportunidades e
liberdade nos Estados Unidos do que na França. As mulheres fizeram
progressos lá, ela disse, mas não tanto quanto nos Estados Unidos.
"As
mulheres aqui realizam o mesmo trabalho que os homens", ela disse.
"Elas recebem quase o mesmo e às vezes mais, fazendo o serviço melhor e,
além disso, são as mulheres que têm filhos e que cuidam dos filhos. O
que resta para os homens fazerem?"
Bolick
disse: "Se, em todos os setores da sociedade, as mulheres estão em
ascensão, e se a igualdade de gênero está ao alcance, isso significa que
um regime de casamento baseado no domínio econômico do homem pode estar
em extinção".
Um motivo de comemoração? Apenas o futuro dirá.
Tradução: Em Nova York (EUA)
Fiquei feliz em ler esta matéria, principalmente por que pesquisava sobre mulheres empreendedoras e deparei com uma imagem de um trabalho do meu pai - o Artista Plástico Di Branco. Deixo o blog dele: www.dibranco.blogspot.com e sua fanpage e perfil no facebook que é Di Branco - Artista Plástico. Compartilhei o seu blog lá! bjs e sucesso a todas as mulheres empreendedoras!
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